Policiais Civis montaram uma operação na manhã desta quinta-feira (29/10) contra uma organização criminosa para o tráfico de drogas que atua no Complexo do Roseiral, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. O objetivo era cumprir 10 mandados de prisão preventiva e 61 mandados de busca e apreensão. Na ação, um candidato a vereador foi preso. A operação ocorre em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Rio de Janeiro.
A ação é consequência de um inquérito em que, ao todo, 24 pessoas foram indiciadas e denunciadas pelos crimes de associação para o tráfico de drogas e constituição de milícia privada. De acordo com as investigações, esta organização criminosa, além de controlar o tráfico de drogas, também passou a desempenhar atividades típicas de milícia, como extorsão de comerciantes, monopolização da venda de cestas básicas, água e gás, cobrança de taxa a motoristas de vans para que pudessem circular livremente pela localidade e, principalmente, exploração dos moradores de conjuntos habitacionais, mediante a indicação dos síndicos dos condomínios e a cobrança de taxas aos moradores. Caso eles não pagassem, tinham o fornecimentos de água suspenso e poderiam até ser expulsos de suas propriedades.
Por meio de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, foi possível identificar o modo de atuação do grupo, que incluía a prática de extorsões e ameaças, além de desvendar a hierarquia de funcionamento da organização, com a identificação das funções exercidas por cada um dos participantes.
Segundo a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), o chefe do tráfico no Roseiral está preso e, mesmo assim, continua comandando a associação criminosa. Seu imediato foi preso em março deste ano, tendo contra ele 18 mandados de prisão, sendo alguns por homicídios de dois policiais militares e um bombeiro.
Conforme os agentes, esta segunda prisão, o líder do grupo resolveu mudar a administração do tráfico de drogas e dos condomínios, colocando o próprio irmão na liderança da associação criminosa. Ele atua como pastor evangélico e é candidato a vereador no município de Belford Roxo.
Denúncias indicam que ele usa toda a estrutura da associação criminosa para angariar votos, além de ameaçar e oprimir outros candidatos de fazerem campanha na região. Segundo as investigações, o plano de eleger o candidato é uma estratégia do líder do grupo para garantir maior penetração e influência nas instituições públicas.
Postar um comentário