Kaia Rolle é uma menina de 6 anos que foi presa na escola onde estuda em Orlando em setembro do ano passado. Mas recentemente o vídeo do momento da prisão veio à tona e causou indignação em todo o país e no mundo.
A menina fez pirraça durante o dia escolar e um policial, Dennis Turner, levou-a em um carro de patrulha, quando a criança viu as algemas usadas pela polícia perguntou: "O que é isso?", e o policial respondeu: "Elas são para você."
Imediatamente a menina começou a chorar inconsolavelmente. “Eu não quero usar algemas. Não as coloque em mim - ela implorou enquanto pedia ajuda para dizer ao agente que não queria ir para a cadeia.
As imagens capturadas pela câmera corporal do membro do Departamento de Polícia de Orlando, Flórida, no sul dos Estados Unidos, geraram uma onda de indignação na opinião pública ao abrir um debate sobre a idade mínima aceitável para ser preso.
"Please give me a second chance": Video shows a police officer arresting a crying six-year-old at her Orlando school. Kaia Rolle pleaded with the officer as she was restrained with zip ties last September. pic.twitter.com/3RqhcD0jvL— CBS News (@CBSNews) February 25, 2020
Embora o incidente tenha ocorrido no ano passado, uma família que abriga menores decidiu divulgar o vídeo nas redes sociais. Seus advogados testemunharam perante uma importante rede de notícias que eles queriam mostrar como a prisão foi feita e é por isso que eles tornaram público o vídeo.
Supostamente, a aluna da primeira série foi presa por ter feito pirraça e agredir três funcionários na escola Luscious e Emma Nixon, em Orlando.
No vídeo, a garota aparece calmamente sentada na secretaria da escola, enquanto uma funcionária do centro lê o texto de um livro da turma. Naquele momento, um dos dois agentes diz: “Ok. Ela vai ter que vir conosco” e a mulher disse a Kaia para ir com eles.
"Levante-se e venha aqui", o agente diz à garota.
Nas cenas, você pode ver como Kaia chora desconsolada quando o agente diz a ela vão algemar ela. Embora a garotinha tenha pedido para não ir para a cadeia e se recusasse a embarcar na patrulha da polícia, um segundo agente a colocou na traseira do carro.
Enquanto a garota disse que não queria ir com eles, ele respondeu: “Você não quer? Tem que ir".
"Por favor, me dê uma segunda chance", implorou a garota pouco antes de o policial fechar a porta do veículo. Além disso, eles tiraram suas impressões digitais e fizeram fotos da polícia.
Em um programa da BBC, uma equipe de jornalistas analisou o caso controverso com a participação da avó de Kaia, Merlayn Kirkland.
“Eles não apenas a colocaram em um veículo da polícia, mas também a transferiram para um centro de detenção juvenil, onde tiraram suas impressões digitais, fotos do arquivo policial e me fizeram autorizar sua partida. Eles me deram um registro mostrando que ela foi acusada de agressão."
Merlayn explicou que a crise, "a birra", feita pela menina na escola é uma consequência da apneia do sono, uma condição médica que faz com que a respiração seja interrompida ou se torne muito superficial.
Quem sofre dessa condição pode se sentir muito cansado durante o dia, sofrer problemas de concentração, alterações de humor e até mesmo dores de cabeça.
A avó da menina disse que "sua infância foi roubada", que após a prisão sofreu trauma e não a deixou por semanas. Na primeira vez em que foi à escola após o incidente, começou a chorar porque viu uma patrulha policial na estrada. Além disso, ela tem pesadelos sobre o episódio que viveu.
O agente que fez a prisão, Dennis Turner, foi demitido depois que o Departamento de Polícia de Orlando determinou, através de uma investigação interna, que ele não seguiu o protocolo correto.
De acordo com os regulamentos estabelecidos, o policial deve ter a aprovação de seu supervisor para prender qualquer criança menor de 12 anos.
O presidente da School Safety Operations Inc., com sede na Califórnia, Estados Unidos, disse que em outro estado talvez a polícia não fosse apenas demitido, mas também acusada de um crime.
"Não consigo pensar em nenhum motivo para prender uma criança de 6 anos, mas digo isso com base no meu treinamento e experiência, e não no de outras pessoas".
Segundo Kaye, os responsáveis por várias escolas entraram em contato com ele depois de assistir ao vídeo para indicar que desejam avaliar seus programas de recursos escolares para impedir que algo semelhante aconteça em suas instalações.
O caso de Kaia gerou um debate nos Estados Unidos sobre o uso desproporcional da força por policiais patrulhando em algumas escolas.
A família de Kaia afirma que, com a divulgação do vídeo, o apoio ao projeto que impede a prisão de menores pode ser promovido, o que foi apresentado em janeiro passado pelos senadores democratas.
No mesmo dia do incidente com Kaia, o mesmo policial, responsável pela segurança da escola, prendeu outro garoto de seis anos.